A banca do Centro de Viamão, não vende os jornais da cidade

Nos dias de hoje, e isso todos já sabem,  a informação é um bem indispensável para quem deseja tomar conhecimento de fatos  importantes, temas correntes e de acontecimentos inusitados ou não, que acontecem  nesse nosso mundo tão grande e ao mesmo tempo tão pequeno quase totalmente globalizado.

Não quero falar aqui deste mundo moderno, da Internet, do Google, do Facebook, dos jornais eletrônicos e de todos os meios hoje utilizados para obter a informação, rápida, precisa e dinâmica. Também não vou falar do monopólio dos grandes jornais e emissoras de TV que cercam a nossa cidade.
A informação, que é um dos principais combustíveis das sociedades modernas, além do conhecimento, nos oferece diversão e entretenimento.
Quando  falamos de informação divulgada por intermédio de um meio escrito, não podemos esquecer os jornais e o jornaleiro das bancas dos centros das cidades, o jornaleiro não é só o vendedor de revistas. Ele é a pessoa com quem se troca informações sobre os ambientes, sobre as pessoas, sobre as situações que ocorrem no local.
Porque ele está centrado em pontos estratégicos da cidade, daquele setor, e conhece tudo o que está ocorre ali por perto. Então, a banca de revistas é um ponto de  venda e ao mesmo tempo um ponto de informações para as pessoas que dela se aproximam, porque ao mesmo tempo em que vende um mundo de informações (revistas, livros, jornais, CDs , etc.), também presta um relevante serviço à população.

Considerando a importância das bancas de revistas como departamentos (de
conveniência), e de acesso ao mundo infinito de bens culturais e que geralmente
utilizam espaços públicos, que poderíamos até considerá-las como uma “mídia ao ar
livre”, cabe aqui registrar, que a banca do centro de Viamão, não vende jornais da cidade, acredito que isso é uma anomalia , dentre tantas outras que temos em nosso município, e não devemos concordar com isso , pois o cidadão que preza pela cidade, pela sua história e pelo seu futuro, busca constantemente a sua identidade e seu espaço.
Os governantes de nosso município  “devem olhar com muito carinho para esta questão, as bancas de revistas de Viamão na verdade são órgãos extras-oficiais de turismo do município, e  prestam um grande serviço ou não aos visitantes e moradores da  cidade de Viamão ”. Os  jornaleiros são como se fossem os verdadeiros relações públicas do município e devem ser respeitados por  isso”mas também devemos lembrar a estes cidadãos que as bancas representam um  espaço democrático, heterogêneo e de conveniência cultural.

Perguntei um dia desses para o jornaleiro do centro da cidade, se ele tinha um determinado jornal, pois queria adquirir um exemplar, a pedido de um amigo, que havia sido noticiado, fiquei surpreso com a resposta , quando o rapaz me respondeu; ''não vendemos jornais da cidade, somente os jornais da capital.'' Perguntei por que ? O rapaz me respondeu: ''Eles não são organizados e outros não tem periodicidade.'' Então expliquei que também trabalho num jornal e que gostaria de deixar alguns exemplares para distribuição gratuita ou até mesmo para a venda com o lucro total para a banca, pois a minha intenção é apenas para divulgar o jornal e oferecer uma opção a mais para o cidadão viamonense. A resposta foi não.

Diante disso fico a lamentar, pois muito se fala em mudança de atitude, resgate de auto-estima e valorização do que é nosso, mas quando vejo uma situação assim fico muito triste, só me resta abrir o debate. Acredito que cada jornal da cidade tenha a sua peculiaridade, sua linha editorial, alguns são semanais, outros quinzenais e muitos tem dificuldades para se manter, até acredito que não haja interesse de todos em ter o seu jornal em uma banca. Mas o jornaleiro deveria ao menos possibilitar para jornais da cidade um forma de inclusão, seria bom para seu público, seria bom para a cidade, seria democrático,  ter pelo menos a última edição de um determinado jornal, que tivesse interesse de estar ali.


A banca de revistas do centro de nossa cidade deveria vender jornais da cidade, isso deveria virar lei, a exemplo de  muitas cidades do Brasil, que amam e preservam o seu patrimônio, isso não poderia  ser esquecido, essa modalidade de empreendimento atinge todos os tipos de consumidores, não havendo distinção de sexo, cor, raça,  classe social ou desempenho intelectual. 

Contudo, o empreendedor, com o passar do  tempo, poderá conhecer melhor os seus clientes e lhes dar um tratamento personalizado e com um estoque variado  de publicações, a diversificação, seria um fator importante neste ramo, e  poderá garantir um ganho a mais no faturamento , mas o que  acontece é que se  acrescentam  à linha básica de mercadorias, mais e mais produtos, como cigarros, doces, refrigerantes, cartões telefônicos, cartões para celular, CDs de todos os gêneros,  chaveiros, isqueiros, raspadinhas, sorvetes, até peças de informática e entre outras coisas que não são comuns, descaracterizando totalmente  a condição primeira de banca. Porque banca  vende revistas, jornais, está previsto na lei. Mas não é o que temos visto, onde já se viu a banca da cidade, não vender jornais da cidade.

Mario Dutra - Jornal de Viamão
 
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